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Amores líquidos, aqueles que não foram feitos para durar.

Vivemos um grande paradoxo nesse momento de mundo globalizado. Vejo tanta gente escondida através da exposição das redes sociais, com muitos amigos e a sensação de vazio e solidão constante. Ao mesmo tempo vejo tanta gente solteira reclamando por estar sozinha. É difícil pensar que haja tantos desencontros processo. Aí vem a pergunta que todos estão fazendo. Por que essa conta não fecha?

Não há como negar que ao longo do tempo houve avanços não só tecnológico, mas também cultural. Às pessoas hoje têm a mente mais aberta e uma maior liberdade de fazer suas próprias escolhas. Conforme as características da sociedade líquida do sociólogo Zygmund Bauman. Assim como o comparativo do passado com a atualidade, a gente começa a entender o que está faltando para esses amores líquidos se tornarem sólidos.

Sabemos claramente que muitas pessoas desejam um relacionamento sério para postar no Facebook. Principalmente quando vai se aproximando o dia dos namorados, isso fica muito claro, vários pares vão se formando em casais para que todos seus “amigos” possam curtir e comentar.

Entretanto, o que vejo acontecer é, muitos empurrando para o lado esquerdo na esperança de encontrar a “pessoa certa”. Parece que de tanto touch estão perdendo o tato. Muitas conversas e trocas de mensagens de texto. Encontros em baladas, cafés, restaurantes e happy hours, qualquer coisa para evitar um encontro declarado. Falam por horas e voltam para casa (ou não), muitas vezes com a certeza de não haver nenhum interesse em manter contato novamente com o sujeito que acabou de conhece pessoalmente, pelo simples fato de não terem gostado da cor do botão da camisa, com isso abrem mão de qualquer chance de criar uma conexão real com outra pessoa. Dando grande abertura para superficialidade das relações humanas. Concorrendo assim ao título de “desapegado”, ganhando mais chances de ficar cada vez mais sozinho.

Relacionamento sério, não. Mas ficar sem compromisso, encontros casuais, amizades coloridas, acompanhadas de cervejinha e nudes no Tinder, sim. Na verdade, o que se busca é, qualquer coisa que os dê a ilusão de um relacionamento, sem que seja verdadeiro. Recompensas sem riscos, melhor dos mundos, não é?!. O que torna a conexão e o comprometimento bem desapegado. Muito comum se ouvir “Vamos Levar as coisas com calma, vamos ver onde isso vai dar, não vamos rotular o que estamos vivendo, a gente se curte! ” Tão comum quanto ver esse tipo de comportamento é ficar com um pé para fora da porta, com os olhos bem abertos para qualquer movimento e nunca deixar o outro chegar muito perto, procurando manter distância que é denominada como “controle”. Principalmente quando as coisas estão querendo ficar reais, dá sempre um jeito de fugir. Vejo claramente o desejo de encontrar alguém para andar de mãos dadas, mas não vejo comportamento de entrega, pelo medo de serem magoados, o que implica também na possibilidade de serem largados. Gerando apenas a busca por preencher o vazio, não por um parceiro. Fazem de conta que não tem emoções, ao mesmo tempo em que revela os mais puros sentimentos. O que na verdade desejam é se fazerem de difíceis só para testar se a pessoa vai se esforçar o suficiente. Ou seja, buscam por validação o tempo todo. Querem ser arrebatados, mas ao mesmo tempo querem ser independentes, com isso continuam correndo atrás amor ideal. Atrelada a essa fuga desesperadora para não se envolver, sempre haverá de apoio uma listinha infinita de “maches, likes, charms e crushes” no seu aguardo. Na realidade, do qual nunca saíram verdadeiramente, mesmo assumindo timidamente “um ficar”. Acreditando piamente que sempre haverá outra chance de encontrar o amor.

Assim continuam com a falsa ilusão de que irão mexer o mouse e cair direto na página da felicidade, com download da pessoa perfeita, como um aplicativo que possa ser atualizado possibilitando, customizar, arquivar, deletar quando não servir mais. É bem motivador pensar que gostam da ideia de amar uma pessoa apesar de seus defeitos, mas triste pensar que podem guardar os próprios defeitos muito bem escondidos, por medo da rejeição. O problema com a geração que supostamente não quer relacionamentos sério, na verdade, querem sim. Pois ninguém nasceu para viver sozinho, diante da nossa formação filogenética e ontogenética, somos influenciados pelos meios sociais. Então, não podemos dizer que o homem é um ser isolado, pois vivem em um processo constante de transformação, desde o nascimento até sua morte.

Muitas vezes você pode ter encontrado alguém superbacana e especial, mas que você sequer notou, afinal faltou tempo e disposição para perceber o quanto aquela pessoa poderia fazer a diferença na sua vida. Acredite! Mesmo em sociedade líquida é possível viver amores sólidos, basta querer, verdadeiramente.

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