Quando o amor vira amizade, siga em frente sem culpa e sem mágoas.

Pode acontecer com qualquer um dos parceiros. O desejo esmorece, os olhos deixam de dialogar, a afinidade muda a temperatura, o carinho continua, mas já não é mais amor, quando se chega a esse ponto é difícil voltar a trás. O que se pode fazer é refletir sobre a experiência vivida e limpar a alma para os próximos relacionamentos.

O fim do amor é sempre triste, mas dói mais quando um dos dois ainda ama, o que não é nada raro de acontecer. Mesmo quando não há brigas, não é nada fácil ouvir a frase: “Gosto muito de você, mas não te amo mais, quero continuar sendo sua amiga, pode contar comigo para o que precisar”.

Ser uma ótima pessoa não basta. É preciso haver desejo. Sem desejo, fica difícil manter uma relação. Outro sinal do fim é quando os olhares já não dialogam mais, não se entendem. Nessa hora já não adianta sentir culpa. Até porque nunca é só um fator que leva o casal ao triste desfecho.

Nem sempre o amor acaba ao mesmo tempo para os dois. Por isso, um sofrerá mais e não há muito o que fazer, a não ser refletir sobre o que aconteceu, até para levar o aprendizado para outras relações. Vale se perguntar, por exemplo:

1. Porque acabou o amor? Em que instante o coração mudou o botão para a amizade?

2. Estou sofrendo parque não amo mais, quando queria amar, ou porque ainda amo e não quero ver o fim dessa história?

3. Quero manter a amizade por ter esperança de uma volta ou por realmente estar tranquilo em ter o antigo amor como amigo?

4. Rejeita a ideia de ter amizade porque ainda amo e, sendo assim, temo a perda definitiva do amor, ou porque não amo mais e não quero que as coisas se confundam no futuro.

5. O que estou aprendendo com essa situação que possa me ajudar, numa próxima vez, a evitar que o amor escoe pelo ralo?

Não há receitas, mas é importante lembrar que o amor precisa ser regado, escandalosamente vivido, e o desejo deve ser exercitado sempre. Para ser feliz é preciso ter coragem. Amor e sexo deve ser construído com sensação, toque e fantasia. São esses “ingredientes” que alimentam o desejo e, por sua vez, a relação.

Durante a crise, ou mesmo depois dela, pensar nessa questão é essencial para o amadurecimento individual, o que ajuda a eliminar magoas e culpas para chegar à relação seguinte mais inteiro (a) e não aos pedaços.

O que dói num amor que se transforma em amizade não é só o fato de ter acabado. O que dói é o que poderia ter sido, pois se acreditou, investiu, sonhou e planejou junto. O que dói é saber que o outro pode ser feliz, mesmo sem você. Mas é possível sobreviver a essa situação, e o segredo está na autoestima. Gostar de si ajuda a recomeçar e a abrir o coração, que, quando menos se espera, fica em festa e feliz outra vez.